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é insensato tocar com o céu nas mãos


é insensato tocar com o céu nas mãos, foto da casa

é insensato dizer que estou deprimido ou que tenho qualquer tipo de perturbação mental. é só o tempo que passa e eu não sei que lhe fazer. é só a existência que é vaga, esquizofrénicos de nós que vemos não um reflexo mas vários rostos humanos. é só a solidão da multidão, a solidão do pequeno grupo, a solidão da privacidade, a solidão de se ser humano distinto dos restantes e mais ninguém ver, como nós. é só a virtude que não é de todos, porque não chega um desafio, que multiplica-se logo por todos os seres, vezes vários. é só a carne que apodrece, ou que para não, não deixa apodrecer outras carnes. é só o reflexo de tudo, porque não se bastava ser, ainda há consequências, reflexos, peixes-espada e barbatanas. é só a depressão que se espalha por todos os humanos igualmente miseráveis que têm de viver com o que lhes dão. é só tudo, é só nada, é só uma música,um poema.
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obsessão


obsessão é efeito boomerang. é algo que temos dentro de nós que vai e vem, não nos deixando. algo que marca a nossa existência, marca os nossos actos, por ser o caminho que nos aparece pela frente para seguirmos ou não. é uma insensatez segui-lo. é o caminho do sofrimento e da perturbação mental. assim como a insensatez do jobim é obsessiva, eu sou obsessivo: por ela por música, por vida. a vida é obsessiva. só as coisas neutras não provocam obsessões.

como uma música tocada em repeat, a obsessão é o desejo de criar um circulo, uma linha que nos salve do efémero, que nos granjeie eternidade. a obsessão é o medo da morte e o medo da vida. é uma fuga de sofrimento e dor, que nos parece guiar a algum lado, limitando-nos a passear num carrossel . no fundo todo o esforço é inútil, a sobrevivência é inútil, a vida é inútil. não só as artes. tudo é inútil, a partir do momento em que temos uma escolha que nega tudo, fazendo com que nada exista. nada que seja susceptível de não existir é útil, tudo é inútil. é a obsessão que nos faz seguir por entre o inútil. também ela é inútil. tudo é inútil. cada um cria para si os seus universos de inutilidade. a liberdade é isso.

e a obsessão não a limita. é lhe indiferente. a obsessão sou eu. a obsessão é isto em repeat:

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peçam-me para falar do brasil...



...e eu falo insensatez.eu falo jobim



conheço tão pouco dele. é quase pecado.
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